Deserto do Atacama de moto: Mudança de estilo e a Viagem ao Atacama

Bem, resolvido que iria mudar, vendidas as motos, coceira para comprar outra moto, o que fazer então? O que comprar? O estilo já estava definido, faltava uma moto do tipo Big Trail para aventuras. Não queria aventuras radicais nem trilhas pesadas mas algo que me pudesse proporcionar passeios alternativos entre estradas e trilhas leves e uma moto forte e segura para poder levar também meu filho na garupa de algumas viagens.

Quero deixar aqui uma menção aos meus novos amigos Eduardo e Marcos, da Avant Motos (www.avantmotos.com.br) que viabilizaram bons negócios para as vendas da Harley e da 675 (putz era só brincadeira, não era pra vender de verdade).

No segmento Big Trail já existem aqui várias opções, não como antigamente, era aquela e nada mais. Dentre as que me lembro, estão as Honda Varadero XL1000V e a Transalp, as BMW R1200GS, F800GS e G650GS, Suzuki Vstrom DL1000 (agora só a 650), Ducati Multistrada, Triumph Tiger 1050 e as Yamaha XT1200Z Super Teneré e a XT660. Algumas com características um pouco mais touring ou dual sport do que trail mas não vou aqui fazer nenhum comparativo mais técnico ou detalhado, deixo isto para os especialistas. Ao final, achei que uma F800GS teria o custo-benefício e a robustez que eu procurava e, acabei encontrando um negócio bom para a compra de uma semi-usada, com 2600 km, garantia de fábrica e garantia da concessionária BMW. Afinal, não foi tão dificil definir, uma vez que os fatores mais determinantes acabaram prevalecendo, o preço e a oportunidade do negocio. Claro que outros fatores acabaram influenciando, a garantia e assistência pós-venda, principalmente em longos percursos, a confiabilidade e segurança. Lembrei também dos passeios e trilhas memoráveis com meu amigo João Carlos com a XL250R (que moto inesquecível) e as Agrale Elefantre 125 e 250, que tempo bom aquele, tudo mais simples, sem muitas exigências, a gente conseguia se virar com bem menos, acho que ainda vamos curtir um passeio juntos. Outras coisas vim a descobrir depois como a oferta e disponibilidade de equipamentos que comentarei mais adiante. Quanto às marcas, acredito que qualquer uma hoje em dia é capaz de produzir excelentes motos com muita tradição e tecnologia.

A XL250R, igual a do meu amigo João Carlos, era uma delícia pra pilotar,

de vez em quando eu dava uma voltinha...

Já tendo a F800GS, comecei a fazer pequenos passeios com meu filho para experimentar. A primeira impressão que tive foi surpreendente. Para quem estava acostumado com as Speed, tinha uma expectativa de que uma moto de 85 HP não teria o rendimento suficiente mas a bichinha mostrou que tem torque, retomada e velocidade suficientes para ultrapassagens com segurança, quase não senti o peso do garupa. A ciclística também é boa, fácil de pilotar e estável, as curvas são feitas de forma diferente mas com segurança, os freios Brembo asseguram freadas fortes (a minha não tem o ABS). O que me incomodou um pouco foi o vento e a sensação de desconforto e instabilidade causadas em velocidades mais altas, é necessário ter um para-brisas mais alto que o original, capacete articulado para viagens longas, nem pensar, uma hora com assobios nos ouvidos é de enlouquecer qualquer um, eu não conseguiria usar mais os meus articulados HJC e Nolan por longos períodos, tem que ser um full face, comento mais adiante sobre os equipamentos.

Eu e meu filho Gabriel antes de um passeio para a Caverna do Diabo

Comecei a sentir que tinha o equipamento adequado para fazer passeios curtos e mais longos com segurança e ai comecei a realizar a viagem de moto dos sonhos, Atacama. Mas isso era só o começo, estavam por vir ainda as atividades de preparação e planejamento, até este momento tinha uma pequena ideia do que seria necessário, não poderia imaginar que fossem necessários tanto planejamento e preparação...