Deserto do Atacama de moto: 7° dia - viagem Atacama - 11/09/2011

Hoje o dia foi de muita expectativa, afinal teríamos que chegar ao nosso objetivo principal da viagem que era o Atacama, conseguimos depois de 3400 km rodados, chegamos à metade da nossa viagem. Mas para chegar, tivemos que enfrentar este último dia que não foi tão puxado em quilometragem mas em atividades. Preparamos as motos, tiramos as fotos dos morros de sete cores ao fundo da cidade, saímos do hotel e nos deparamos com a subida da pré-cordilheira, saímos de 2400 m em Purmamarca e fomos até quase 4200 m na subida e temperatura de 2 graus. A paisagem estava fantástica, a estrada boa mas cheia de curvas fechadas com cascalho e areia nas tangentes de curva, tivemos que vir com cuidado. Neste trecho encontram-se os Caracoles na Cuesta del Lipán, a paisagem é de tirar o fôlego mesmo. Resolvemos abastecer no Paso de Jama e passamos direto por Susques para ganhar tempo. Tínhamos informação de que havia combustível em Jama. Passando a subida inicial começamos a descer até alcançar os 3400 m e ai veio o Salar Grande, que visão incrível do alto das montanhas, é como ver um lago longe só que todo branco, é inacreditável. Chegando ao salar, paramos e observamos as construções todas feitas com pedras de sal recortadas como tijolos. Fomos de moto até uma parte do lago aonde já estava parado um ônibus de excursão. Neste lugar os artesãos vendem várias coisas feitas de pedra de sal. A sensação é indescritível, a gente se sente pequenino perto de tudo aquilo. Se pensarmos nas dimensões de espaço e tempo, nossa vida é um grãozinho de sal daquele salar, ainda mais, para contrastar com o branco, o céu estava puro azul. Passando o salar, retas e retas, a estrada muito boa. Começamos a ver vicunhas e lhamas. Já chegando perto do Paso de Jama, começamos a ver os picos nevados das montanhas. Fizemos o controle de saída da Argentina em Jama, abastecemos as motos e tomamos um lanche na lanchonete do posto. Comemos um roll de carne e legumes que estava delicioso. seguimos mais um pouco até que cruzamos a fronteira com o Chile, seguimos mais adiante até que em um determinado ponto uma lhama atravessou na minha frente, felizmente eu já tinha visto de longe e diminui bastante e quase tive que parar para a bichinha passar, O curioso é que algumas lhamas tinham umas fitinhas coloridas presas nas orelhas e no pescoço, ainda vou perguntar por que. Depois da lhama, começamos a subida da cordilheira, não dá para imaginar as paisagens, só vendo e passando pelo altiplano para conhecer, vales, picos nevados em cadeia, rios de degelo, frio e muito vento. Tive que colocar a segunda pela nas mãos para poder aguentar, apesar da luva de frio. Algo de interessante é que nesta região, a estrada é ladeada por formações de gelo que parecem literalmente brotar do chão, tudo seco e areia por todos os lados e o gelo brotando. Subimos até 4700 m com temperatura de 8 graus e depois veio a descida. Acho que é a maior descida do mundo, parece interminável. Descemos de 4700 m para 2400 m em 20 minutos, com muito poucas e suaves curvas. Neste trecho pode-se ver várias pistas de escape com bastante brita, para os caminhões que perdem os freios. Já podíamos ver San Pedro de Atacama lá embaixo ao longe. Enfim chegamos e fomos direto para fazer a imigração e aduana para chegar logo ao hotel e descansar. Ha ha ha, doce ilusão, ficamos quase duas horas para fazer tudo, imigração, aduana e inspeção sanitária da bagagem e motos. O pessoal adora um “trâmite” mas enfim estávamos no Atacama. Compramos alguns pesos chilenos já em frente à Aduana e seguimos para o hotel onde encontramos o Sergio e o Jackson de Jaraguá do Sul, que estavam de moto também e que já havíamos encontrado no Paso de Jama. Acabamos jantando todos juntos e ficamos compartilhando as estórias das nossas viagens, foi divertido. Amanhã começamos os passeios e excursões por aqui.